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Novidades

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

É isso ai Deputado José de Lima (PSDB)

Olá colegas,

     No último dia 15 os deputados estaduais aprovaram o projeto de lei 5.132/11 que achata o salário dos professores, destituindo-nos do direito de percebimento da gratificação por titularidade. Uma jogada maquiavelicamente de mestre do Governador do Estado de Goiás, que agora pagará o piso salarial.

     Vejam o relato de um dos deputados que favoreceu a aprovação da Lei. De fato, pode-se perceber pelo discurso do mesmo que ele não sabe da importância que um professor tem para uma nação, pois pelos erros de português presentes em seu discurso nota-se que o mesmo não conviveu muito com professores ao longo da vida.

Lamentável ver que somos representados por tais seres indigestos como este.




quarta-feira, 2 de novembro de 2011

domingo, 16 de outubro de 2011

Considerações a respeito do livro de Thiago Peixoto


Olá meus companheiros de luta, como vai a batalha diária?

Bem, dias atrás a imprensa goiana noticiou o lançamento do Pacto pela Educação (pacto este que será tema exclusivo de outro post), programa do governo Marconi Perillo, sob o comando do idealizador e atual secretário da Educação do Estado, senhor Thiago Peixoto.
Tal secretário vem sendo criticado pelas iniciativas tomadas em sua pasta. E foram justamente estas iniciativas, que me levaram a tentar conhecer um pouco mais as ideias do mesmo, por meio da leitura crítica de seu livro, “Educação: o desafio de mudar – reflexões sobre como transformar a Educação que temos na Educação que precisamos”, que foi publicado “despretensiosamente”em 2010 e trata-se de uma compilação de artigos publicados, ao longo dos últimos anos, no jornal O Popular – maior veículo de comunicação da mídia impressa do Estado de Goiás.
Portanto, meus caros amigos, peço-lhes desculpas a vocês pela extensão do texto, mas ao mesmo tempo, peço para que dispensem um pouco de seu tempo em sua leitura, pois tento trazer aqui algumas críticas fundamentadas à luz de elementos teóricos da Educação. O texto trará algumas citações do livro do atual secretário.

Desde já agradeço a atenção. Agora vamos aos fatos!

Nota-se, através da leitura do livro, que o senhor Thiago Peixoto é um excelente economista e político, uma vez que o mesmo defende de maneira brilhante um governo neoliberalista de cunho exageradamente mercadológico e, por isso, adepto da Teoria do Capital Humano.
Em relação ao conhecimento epistemológico a respeito da Educação, nosso secretário deixa a desejar. Em alguns momentos de seus textos ele mesmo se contradiz. Por exemplo, neste caso abaixo em que, em um texto ele diz uma coisa e em outro ele diz outra:

“... como sabemos, os resultados a curto prazo de uma política educacional podem não ser tão perceptíveis.”

“Existe um discurso na educação que serve como esconderijo para os resultados não atingidos. Todos nós já ouvimos que educação é processo e que os resultados dos investimentos neste setor só serão sentidos em longo prazo. Esta abordagem tem que ser mudada.

Como assim, senhor secretário? Os resultados são ou não à longo prazo?

Em muitos textos, fica clara a intenção de trabalhar a Educação através de resultados e incentivos, o que acaba resultando na atual Meritocracia utilizada por vários governos Estaduais, inclusive em Goiás, através do Pacto. Para defender e justificar um pouco a tal Meritocracia, o secretário utiliza-se de outros Estados como referência, como segue abaixo:

“Tanto o município, quanto o Estado de São Paulo lançaram recentemente novas políticas educacionais, destacando-se a busca da excelência pela meritocracia, através de incentivos aos professores que conseguirem gerar resultados positivos em sala de aula.”

Ele só se esqueceu de antes de publicar o livro, dar uma “conferidinha” direito, sobre como está caminhando essa tal Meritocracia atualmente no Estado de São Paulo.
É muito engraçado como o discurso de um político muda, não é. Em 15 de maio de 2009, o atual secretário disse em O Popular:

“O cenário atual não é tão animador: o governo estadual não cumpre a lei federal que determina o pagamento do Piso Salarial Nacional do professores”

Em outros artigos do livro podemos ler:

[...] não há educação de qualidade sem professor valorizado e bem remunerado. Os gestores públicos sabem disso. As conclusões acima são óbvias demais para que digam o contrário. Muitos deles, porém, se sentem desimpedidos para utilizar as crises financeiras para descumprir a lei. Mera desculpa. A própria Lei 11.738 assegura recursos necessários para a integralização do piso aos Estados que não tiverem condições de arcar com o aumento salarial.

Os melhores sistemas educacionais são aqueles que desenvolveram fortes mecanismos para fazer com que as pessoas preparadas estejam na sala de aula e apresentam como um dos atrativos um bom salário para o professor no início de carreira. Sabe-se que a principal motivação para alguém ser professor é a vontade de preparar as futuras gerações, mas não se pode abrir mão de uma remuneração que valorize estas pessoas. O “status” que é dado ao professor também é muito importante, esta valorização profissional por parte da sociedade é fundamental. No Brasil, temos que acabar com imagem do professor coitadinho, reconhecendo nos nossos professores seu papel fundamental para o nosso desenvolvimento.

E hoje senhor secretário, como está o cenário? Como está esta questão do piso mesmo? Como anda a valorização dos professores?
Concordo com muito do que está posto, mas infelizmente não é condizente com a realidade atual, pois não estamos vendo nada disso acontecer.
Acho que a resposta dele para estas perguntas pode ser encontrada também no livro, como podemos verificar logo a seguir:

“No Brasil, a folha de pagamento da Educação absorve aproximadamente 80 % do orçamento das respectivas secretarias municipais e estaduais. A solução mais viável para um aumento financeiro significativo na carreira dos professores seria estabelecer salários diferenciados por desempenho. O bom professor, aquele que gera resultados positivos, teria mais incentivos. É a política da meritocracia, que valoriza o bom profissional.”

E o plano de carreira? E a profissão de professor, como fica?
Mas, uma coisa que mais me intriga neste trecho é a questão “o bom professor”. Quais são os critérios utilizados para caracterizarmos o bom e o mau professor?
Outro trecho triste é “É a política da meritocracia, que valoriza o bom profissional.” Tá bom, mas então vamos fazer assim, vamos ter também o bom médico, o bom policial, o bom político. Faço um questionamento aqui: se o secretário não conseguir melhorar a Educação em Goiás no final de sua gestão, poderá ele ser considerado como um mau político?
Sabemos que existem profissionais que não desempenham muito bem suas funções. Mas também sabemos que, às vezes, isso acontece por vários fatores como, por exemplo, terem uma formação inadequada, feita “a toque de caixa” nas licenciaturas parceladas, para que os governos cumprissem as exigências da LDB.
Em outro artigo podemos encontrar mais uma tentativa da construção do conceito de bom professor por nosso excelentíssimo:

“Os bons professores – aqueles cujos alunos apresentavam resultados de aprendizagens progressivos – seriam alçados a um nível superior ao dos maus profissionais.”

Aqui eu me recuso a comentar, deixo o espaço aberto a vocês______________________.

Já que estamos falando de valorização profissional observem outro exemplo de contradição:

“Mas, para que mudanças significativas aconteçam, precisamos de professores bem qualificados e motivados. É inconcebível que a carreira de um educador seja considerada de segunda linha. Assim como são inconcebíveis os valores dos salários de um professor nos seus primeiros passos de caminhada profissional. Só quando for dado o devido reconhecimento – em todos os níveis – aos professores, é que conseguiremos atrair os melhores profissionais para a sala de aula, e acabar, por exemplo, com o déficit de mais de 280 mil professores de Matemática e Ciências.

Então deixa eu tentar entender, precisa valorizar, pagar o piso, os Governos se apegam em discursos que não possuem dinheiro e inventam a história do mérito...então tá.                         
Em muitos momentos do livro de nosso secretário, temos a oportunidade de encontrarmos claramente a visão mercadológica que o mesmo possui em relação aos objetivos da Educação. Antes de citá-lo, quero perguntar onde ficam os objetivos primordiais que nós sabemos que devemos nos preocupar, tais como: formar um cidadão crítico, consciente, responsável e sabedor de seus direitos e deveres sociais? E a formação social? E a preocupação contra-hegemônica? E os questionamentos capitalistas?
Nosso secretário só preocupa com a formação para o trabalho, pois ele é adepto da Teoria do Capital Humano, como podemos verificar:

Não podemos esquecer-nos da nossa maior reserva econômica: o capital humano. Só investindo nesse contingente é que poderemos corrigir a flagrante desigualdade social em que vivemos. E o mecanismo mais eficiente para obter o avanço social necessário é a educação, caminho cada vez mais utilizado por países que buscam o crescimento sustentável.

Ao ampliar o nível educacional, um Estado amplia também sua capacidade tecnológica e seu potencial de produtividade. O acesso à educação tende a oferecer mais oportunidades à população, reduzindo, com isso, a desigualdade social.

Recorro-me aqui a Gaudêncio Frigotto, que em seu livro “A produtividade da escola improdutiva” analisa o pensamento de T. Shultz, um dos pioneiros da divulgação da teoria do Capital Humano, e diz que:
A Educação, então, é o principal capital humano enquanto é concebida como produtora de capacidade de trabalho, potenciadora do fator trabalho. Neste sentido é um investimento como qualquer outro.
[...] A teoria mostra-se fecunda enquanto uma ideologia, tanto no sentido de falseamento da realidade quanto no de organização de uma consciência alienada.

A teoria do capital humano mascara a realidade, dando a falsa ideia de que as desigualdades sociais serão solucionadas quando a “força de trabalho” estiver mais capacitada. Será mesmo? E os demais fatores? Não podemos pensar que a Educação salvará o mundo. Acreditamos que a Educação é um elemento essencial para formar uma sociedade equilibrada, porém não podemos relacionar este equilíbrio apenas à uma suposta ascensão econômica e ao desenvolvimento econômico de um Estado ou País.
Não podemos encarar a Educação como uma imitação de modelos ou uma reprodução de técnicas, o que nos remete ao tecnicismo. Um artigo do livro nos leva a pensar nisto:

A educação deixou de ter diretrizes basicamente ideológicas para tomar um caminho extremamente moderno, pautado por avaliações e análise de dados. Temos, agora, condições de analisar e comparar aquilo que não funciona em cada sistema educacional, seja ele de um outro país, de um outro Estado ou de cidades diferentes. Temos, agora, a capacidade de reproduzir uma boa prática educacional de uma escola no interior do país ou de uma outra nação do outro lado do mundo, tudo isso para mudar e aperfeiçoar a nossa Educação.

Termino tal análise afirmando que, muito me preocupa que a economia seja a mola propulsora das iniciativas apresentadas no livro. Trata-se de um livro bem escrito, por uma pessoa muito inteligente, porém com um viés explicitamente econômico. Ainda há muito que se discutir a respeito, mas irei deixar para o Pacto da Educação, até mesmo para não deixar o texto ainda maior.
Uso aqui as palavras que, talvez, mais apreciei no livro:

Acontecem, a toda hora, manifestações contra o mensalão, contra a mais alta taxa de juros do mundo, contra nossa insustentável carga tributária, contra o estado precário das nossas estradas, contra o nosso pífio crescimento econômico. Será que não está na hora dos brasileiros se manifestarem contra um dos piores ensinos do mundo? Indignem-se! Protestem! Ajam! Já perdemos muito tempo! A hora da educação tem que ser agora, o depois pode ser nunca.

           Obrigado àqueles que chegaram até o final do post.

Salve! Salve!

domingo, 9 de outubro de 2011

Pedra falsa


Olá, meus bons amigos

Hoje venho aqui para relatar um fato acontecido no colégio esta semana, é tão grave e hilariante que não pude deixar de compartilhar com vocês.

Pois bem, vamos ao fato!

Estava eu no colégio, no período vespertino, imprimindo algumas provas de simulado, quando fui informado que havia um cidadão no portão interno do colégio alegando que estava lá para cobrar de um aluno uma pedra falsa que o mesmo havia vendido a ele. Bem, fiquei meio sem entender e fui tirar a limpo tal história.
Quando chego diante do cidadão, um senhor mal vestido e aparentando uns 30 anos de idade, o mesmo me diz:

- O senhor é o que aqui? É o diretor?
- Não, sou o vice-diretor? O que o senhor deseja?
- É o seguinte, eu comprei esta pedra aqui (me mostrando uma pequena pedra de crack na mão), mas ela é falsa, então vim aqui cobrar o meu dinheiro de volta.

Como assim? É isso mesmo meus caros, o cidadão foi no colégio com uma pedra de crack na mão para devolvê-la e pegar seu dinheiro de volta. Surreal, mas tem outras coisas mais graves que virão pela história.
Bem, poderia ter dito a ele: - Meu senhor, já faz mais de 7 dias que o senhor efetuou a compra? Foi pela internet? O produto está lacrado? Ligue para o SAC ou procure o PROCON.
Enrolamos o mesmo por ali, pois o diretor já havia chamado a Polícia. Enquanto isso, fomos atrás do aluno para esclarecermos o fato.
Quando olho no pátio do colégio, vejo o coordenador aparecer com uma criança “franzina”, meio receosa, e com apenas 10 anos de idade...sim foi este que “deu o tombo no cidadão”.
Até que chega a Polícia Militar e quando é informada do caso, dá uma risada, pois não acredita na situação. Conversa vai, conversa vem, o Policial nos diz:

- A situação é a seguinte, se alguém da escola nos acompanhar até a delegacia, encaminharemos o meliante para lá e será registrado o BO. Mas, isso ai não vai dar em nada.

Kkkkkk...tá, eu vou na delegacia, me indisponho com o cidadão, já sabendo que não vai dar em nada e depois volto para o colégio para esperar o cidadão me abordar na saída? Um absurdo, não é?

O policial continua:

- Caso, vocês não queiram ir, daremos um corretivo nele e o soltaremos.

Enquanto isso, nosso coordenador entrava em contato com a mãe do aluno. Mãe esta, que estava trabalhando e disse que não poderia ir no colégio para resolver aquele problema e que já não era novidade para ela. O aluno alegou que havia sido o primo dele que vendeu, por 10 reais, a pedra falsa. Apuramos no colégio que ambos têm um histórico envolvido com o tráfico.

Moral da história: o caso não deu em nada.

Considerações:
·         A que ponto um cidadão viciado chega? Perde a noção de certo e errado. Perde o medo.
·         Quando achamos que os professores estão de mãos “atadas”, percebemos que os policiais também. Por isso, o cidadão faz o que quer na escola e fora dela.
·         Onde estão as famílias dessas crianças? No trabalho, quando existem?
·         O que a escola pode fazer para melhorar seus índices, diante de problemas sociais tão graves como este?

Salve! Salve!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Olá nobres amigos e colegas...infelizmente é assim que somos tratados pelos governantes. Lamentável Ceará!

Abaixo segue o link de outro vídeo do mesmo acontecimento.

http://mais.uol.com.br/view/12126300

As autoridades não podem nos calar!

Salve! Salve!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Mais algumas "ranzinzolices" minhas

Salve! Salve!

Nos últimos dias, vivenciando minhas novas experiências como vice-diretor/coordenador de turno do colégio em que trabalho no Estado de Goiás, tenho refletido bastante sobre algumas questões educacionais, cujas quais apresento a vocês que me acompanham nessa luta. 

  • Quando iremos perceber que estamos criando gerações ignorantes e de uma enorme apatia social?
  • Quando iremos sair deste estado de inércia em que nos encontramos? Estado este que nos leva a aceitar tudo de forma indiferente.
Lembro-me das aulas de História, que diziam que o Estado veio organizar o estado social das coisas...o Estado Maior representava os anseios e as necessidades sociais. Porém estas mesmas aulas de História também diziam que tudo isso se esvaiu e hoje se transformou em uma utopia. O Estado organiza-se de forma independente e passa a controlar a vida de seus cidadãos. Os nossos representantes, pelo menos é o que deveriam ser, elaboram leis, diretrizes, portarias,etc,etc. que não nos trazem benefício algum, mas não sei dizer porque, acabamos engolindo tudo e cumprindo o que nos é imposto. Seria isso uma alienação? Medo? Acomodação? Descaso?


A escola perdeu a sua função social de formar um cidadão. Não sejamos hipócritas, mas com raras exceções, quase todas as escolas públicas estão muito distantes de formarem um cidadão pleno. Mesmo porque não é a escola que vai garantir essa cidadania, uma vez que o cidadão no Brasil não tem voz. Em muitas comunidades escolares, os direitos de um cidadão passam muito longe das famílias que ali estão. O direito a saúde, a moradia, por exemplo, não existe... um retrato de um país de grandes contrastes.

A sociedade está constituída por pessoas desequilibradas, vítimas de um sistema em colapso. Que pena que não fazemos nada!

Será que é por que o nosso fim está próximo?..rssrsrsrs...antes fosse

Quando permanecemos em uma escola pública no período da tarde por alguns dias conseguimos pensar que de fato, o fim está próximo. Ali conseguimos compreender os principais problemas sociais em seu cerne. Crianças e adolescentes com famílias desestruturadas, sem comida em casa, sem tomar banho, envolvidas com drogas, sem valores morais, sem o mínimo de educação e, principalmente, sem o mínimo de interesse. Os problemas estão ali, mas não são da escola e sim da sociedade.Não deveríamos ter que ouvir que tais alunos não estão em sala porque os professores deveriam dar umas aulas "mais bonitinhas"...e o que é uma aula mais bonitinha? Entra lá então, passe um mês com aqueles garotos e nos ensine o que é uma aula mais bonitinha. Fiz um mestrado em Educação em Ciências, sei o que é dar uma aula mais bonitinha, mas também sei que tais aulas somente não irão solucionar os graves problemas que enfrentamos em uma escola.

Não que eu esteja sendo nostálgico e pensando em um modelo social que não mais irá existir, mas por que não podemos manter alguns valores morais de décadas atrás, já que os mesmos davam certo? Por que o respeito foi deixado de lado? Por que a confiança é artigo de museu? Por que temos que conviver constantemente com o medo?

Novamente eu repito, tudo isso fruto de uma sociedade em crise diante de um sistema em colapso.

Se me perguntarem, mas o que devemos fazer então? Talvez, penso eu, só começando tudo de novo...rsrsrs...mas também quem mandou Portugal colonizar o Brasil e trazer a "nata"dos patrícios para cá. Brasil, o país do jeitinho, do cafezinho, da pizza, do Funk, do futebol....

A única certeza que tenho, é que no mínimo, deveríamos abrir os nossos olhos e sairmos da inercia fatigante em que nos encontramos. Assumirmos que está tudo errado, e que estamos nos tornando vítimas do nosso próprio descaso social. 

Tenho dito!

P.S.: se alguém souber de alguma excursão para Marte me avise, quero a passagem só de ida. Ah, um bilhete da mega-sena acumulada também resolve.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Como os cursos de “formação continuada” oferecidos pelo Estado são bons né...


Esta semana assumi a função de coordenador do turno matutino da escola em que trabalho. Muitos desafios, novas experiências e muito trabalho. A semana está muito tumultuada e começo a ver a escola por uma outra ótica, compreendendo o quão importante é o trabalho em equipe.

O Governo do Estado de Goiás tem realizado inúmeras mudanças na Educação do Estado, com interesses neoliberalistas de mercado economês, tem atuado em diversos segmentos da Educação Pública. Um deles se relaciona com as funções dos gestores e coordenadores das escolas. Pois, agora o coordenador poderá trabalhar apenas na coordenação, porém terá que realizar alguns cursos e atividades oferecidas em outro período. Até ai tudo bem, que venham os cursos.

Assim, dentro de tal propósito, hoje inicie o primeiro curso. Fui informado (de última hora) que teria um curso para participar ainda hoje. Fui na expectativa de receber várias informações a respeito das atribuições de meu novo cargo. Ledo engano!

O curso de “formação continuada”, ministrado por uma pessoa com pouco preparo, foi iniciado com uma dinâmica (a dança das cadeiras). Como penso que a maioria das dinâmicas só serve para perder tempo, nem participo. Assim, logo peguei o celular e fiquei por ali navegando.

A dinâmica foi realizada em partes e a sala saiu prejudicada, pois quebrou-se uma cadeira (isso porque já costuma faltar em muitas escolas). Como o descontentamento da maioria era grande a responsável terminou a dinâmica antes do combinado, pois percebeu que ali não tinha somente pessoas dispostas a perder muito tempo.

Assim, passado este momento triste de se ver e viver...rsrs, vamos a apresentação do Power Point. O tema era sobre o uso dos computadores das salas de informática. Como assim? A primeira reunião com os coordenadores e já me vem com um assunto desses? "Pra" variar, virou uma terapia em grupo, a maioria começou a lamentar (com razão) a atuação situação vivida por nós nas escolas do Estado e sem grandes habilidades a responsável deixou o tempo passar, até que chegou o momento em que eu não mais resisti e fui embora (passado uma hora de enrolação), não podendo contar a vocês como foi o final. Se depender da responsável devem estar lá até agora, contando seus “causos” vivenciados em cada escola.

As perguntas que eu sempre faço nesses momentos são: até quando seremos tratados como idiotas? Quando a formação continuada de qua-li-da-de será oferecida para os professores? Quando o dinheiro deixará de ser tão mal investido assim?

Fico muito indignado e revoltado, pois quem tem um pouco mais de conhecimento teórico-prático sobre a Educação percebe nitidamente que o status quo é mantido “entra governo, sai governo”. Eu quero ir nos cursos, mas também quero sair de lá com a sensação de que não desperdicei meu precioso tempo com discussões que não chegarão à lugar nenhum. Uso aqui uma frase que hoje ouvi de uma colega no curso: “na maioria desses cursos, agente sai pior do que entrou”. Concordo contigo colega, é por isso que quase sempre nunca vou.

Isso é melhoria na Educação senhor Thiago Peixoto? Se o senhor de fato quer melhorias, como divulga nos veículos de comunicação, invista na formação de seus professores. Esqueça os engodos, deixe de lado a hipocrisia e trate-nos como merecemos (por direito) ser tratados.

Tenho dito!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Mais tempo na escola = Educação melhor?




Salve! Salve!
O Senado Federal aprovou no mês passado o projeto de Lei que altera a carga horária anual da Educação Básica, passando a mesma de 800 horas para 960 horas.

Coisa boa né!

Os alunos ficarão mais tempo inseridos na escola, tendo mais oportunidades de investirem em suas inteligências múltiplas e podendo desenvolver melhor suas habilidades, tais como as artísticas.

Espera ai, estamos no Brasil, não é? País em que o investimento na Educação Básica está cada vez mais precário, as escolas públicas mais sucateadas e os professores mais desestimulados do que nunca. Então, como dizer que tal Lei será em benefício dos alunos, pensando em uma Educação formativa em todos os sentidos? Como aumentar a carga horária sem sequer pensar em como deverá ser feita a implementação da mesma nas escolas brasileiras?

Segundo o relator do projeto, senador Cyro Miranda (PMDB – Goiás), a implementação de tal Lei servirá como um treino para os governos conseguirem implantar o ensino de tempo integral em todas as escolas. O Ensino em tempo integral muito me preocupa, uma vez que, considerando o cenário atual, fica claro que as escolas públicas brasileiras estão muito distantes de oferecerem ensino de tempo integral com qualidade. É mais que urgente, que os governos "olhem"para a Educação sem visualizar apenas números e dinheiro, pois um país de primeiro mundo também necessita de pessoas educadas para se edificar.

Estamos vivendo um momento em que a discussão a respeito da Educação está bastante na mídia, assim, penso que devemos aproveitar tal momento para conseguirmos avançar em nossas reivindicações enquanto profissionais que se vêem impossibilitados de exercer seu profissionalismo diante das precárias condições de profissionalização que nos são impostas.

Por isso...professores de todos os Estados brasileiros, uni-vós.

domingo, 24 de abril de 2011

Reflexão a cerca da relação professor-aluno


Salve! Salve!

A situação precária de trabalho em que nós professores nos encontramos a muito tempo me incomoda. Por isso, hoje peço permissão para publicar um texto que, no auge de minha ingenuidade e com pouca experiência, escrevi em 2006. Tal texto foi escrito na época para discutir com os meus alunos, pois a situação estava insustentável na escola. Assim, vamos ao texto:

Era uma vez... uma aula
    Em uma cidade de Goiás ocorre um fato que muito me impressiona, é a atual relação entre professor e aluno. Vejam, por exemplo, com é um dia de trabalho de um professor.
    O professor chega bem cedo, às 7:00 da manhã para começar o seu dia de trabalho, horário que "teoricamente" se inicia a primeira aula em seu colégio. Chegando à sala de aula ele se depara com "meia dúzia" de alunos, aqueles que sempre são pontuais. Animado, ele começa a trabalhar o conteúdo com estes alunos, pois sabe que será no decorrer da aula que o restante deles, a grande maioria, irá chegar. Sendo que, dos alunos que chegam atrasados, cada um atrapalha de alguma forma, entram sem pedir licença, chegam conversando, gritando, arrastando mesas e cadeiras, enfim, dispersando a atenção dos colegas. O tempo vai passando e em meio a toda esta turbulência o professor termina a primeira aula sem tirar muito proveito dela. Sai da sala um pouco desanimado com a situação, mas o pior ainda estará por vir, por exemplo, quando o mesmo aproxima-se da sala onde ministrará a segunda aula do dia e ouve:
    - "Ahhh não, o professor veio hoje!" (diz um aluno).
    - "Professor, por que o senhor veio hoje?" (diz outro).
    - "Ah não professor, por que o senhor não ficou em casa!" (e mais outro).
    Com mais essa injeção de ânimo ele respira fundo e depois de algum tempo, com muita dificuldade, consegue colocar todos os alunos que estão no corredor pra dentro de sala. Após ouvir muitas lamentações dos alunos, ele finalmente começa sua segunda aula. Passa algumas atividades no quadro, responde às mesmas perguntas de sempre (tais como: "é pra copiar?", "vai valer ponto?", "é pra entregar?"), explica o que deverá ser feito e então aguarda os alunos resolverem as questões. Nesse momento, o professor pode observar melhor o tamanho do desinteresse da maioria dos alunos, pois muitos conversam a aula toda e não fazem nada, outros brincam a aula toda e não fazem nada, alguns fazem trabalhos de outras matérias, outros brincam com celular e outros ainda arrumam qualquer motivo para poder sair da sala e também, não fazer nada. Somente quando o professor fala que irá dar visto na atividade é que a maioria, às pressas, começa a copiar daqueles que fizeram. A aula termina e o professor caminha então rumo à sua terceira aula. Na porta da sala ouve os mesmos comentários, alguns perguntam:
    -"Professor, o senhor vai dar alguma coisa de importante hoje?"
    - É... por que se não, iremos embora!
    Cada vez mais cabisbaixo o professor então entra para a terceira aula, como um boi que está na fila de um frigorífico esperando sua sentença de morte. Não faz mal, pensa ele, afinal existem alunos que ainda fazem compensar tudo isso. Assim, passa o conteúdo àqueles que realmente ainda se interessam pela aula e no final, ouve o soar de duas sirenes dispensando os alunos antes do recreio, pois após terá o inter-classe. Diante de tudo isso, o cansado professor se pergunta, "onde foi que eu errei?".

Fernando A. de Moraes


Hoje, mais experiente e menos ingênuo, sei que nem sempre o erro está em nós e que, a Educação é um ato complexo que depende do interesse das pessoas que a ela se vinculam direta ou indiretamente. Sei que há problemas que estão relacionados com a profissionalização e com o profissionalismo e, infelizmente, também sei que tal situação relatada no texto ainda é muito comum nas escolas brasileiras. Diante disso, levanto o seguinte questionamento: como ensinar aquele que não quer aprender?
    

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Estamos sendo muito bem valorizados em Goiás


Salve! Salve!
Não era para ser assim, mas diante de tamanha indignação terei que inaugurar este blog com um desabafo em relação às atitudes do Governo do Estado de Goiás em relação aos servidores da Educação.

Na qualidade de servidores da Secretaria de Estado da Educação – SEDUC, iniciamos o ano letivo com o novo secretário da Educação tomando várias medidas pensando na "melhoria" da mesma, por exemplo, cortando alguns projetos existentes na secretaria, bem como proibindo a contratação de professores substitutos.

Passado alguns meses de trabalho e de pressões, fomos obrigados a recebermos o nosso pagamento dividido em uma parcela de 80% em uma data e o restante em outra. Acabamos emprestando o nosso dinheiro ao Governo e o que é pior, sem sermos consultados. Assim, muitos colegas estão pagando juros de suas contas, dentre elas da própria CELG, uma estatal que deveria aceitar receber somente 80% da conta em função do acontecido. Alegando que o Estado está falido, a promessa é que tentarão pagar nosso salário na íntegra a partir de julho. Diante disso paro e penso: será que não podemos fazer nada?

As cobranças nas escolas aumentam a cada dia, porém o salário continua o mesmo e dizem que este ano não precisamos nem esperar um aumento. Tá bom né, afinal ganhamos muito e a inflação nem tem aumentando tanto assim o preço dos produtos nos últimos meses, basta olharmos os combustíveis.

Hoje recebemos a notícia de que este mês já cortaram os pagamentos aos dinamizadores dos laboratórios, como o de Ciências e o de Informática, como também irá fazer a respeito das Bibliotecas. Como assim? E os compromissos assumidos por tais funcionários? E as contas a pagar? Como ficarão os recursos didáticos encontrados em tais espaços? Quem na escola ficará responsável por eles?

É um absurdo, somos tratados da pior maneira!

De algumas coisas nós sabemos...o Estado arrecada muito dinheiro; a Educação recebe verba especial; os investimentos não acontecem e o dinheiro some. Aonde iremos parar? As escolas sucateadas, os professores doentes e os alunos ignorantes e analfabetos funcionais. Acho que assim está bom pra eles né!

E ainda somos obrigados a visualizar no site da SEDUC, que o Estado vai permitir que 200 professores participem do IV EDIPE, demonstrando uma valorização profissional. Que valorização profissional é essa? Definitivamente penso que somos tratados como idiotas e o pior é que vejo que o querem de fato é isso, manter-nos na condição de oprimidos e extirpar do grupo aqueles que se incomodam com o status quo, como eu, que acabam não suportando tanto descaso e procuram outros caminhos.

Mas antes que isso aconteça, conclamo a todos:

Professores de todos os países, uni - vós!

Tenho dito!

P.S.: Obrigado SEDUC pela valorização, de fato tenho me sentido muito valorizado enquanto profissional e ser humano.